quarta-feira, 3 de junho de 2020

Quando a tempestade chega

Texto bíblico: Atos 27: 1-44 

Introdução

Pensa numa situação muito ruim, pois é pode ser pior. Estamos vivendo uma tempestade sanitária, econômica e politica, jamais vista pelo tamanho de sua magnitude e consequências, as quais ameaçam em primeiro lugar a nossa saúde e vida. 

Já chegamos ao fatídico patamar de 27.878 mortes por COVID-19, e 465.166 casos, em todo o Brasil, no Rio de Janeiro, chegamos a 5.079 mortes e 47.953 casos; a segunda os nossos empregos, ganhos e bens (perdemos quase 4,9 milhões de empregos, com 12,6% de desemprego na população; e um prejuízo de 320 bilhões de reais; e a terceira, a nossa frágil democracia com falta de união entre os três poderes (as inflações administrativas e penais que perseguem nossos governantes, e estão sendo julgadas pelas instâncias próprias da República. 

Na verdade, toda a nossa confiança naqueles alicerces da vida foram arrastados pelas tempestades que ora nos açoitam com muita força. 

Em meio à tempestade tríplice que atravessamos, não podemos esquecer a nossa própria tempestade interior que tem também grande poder destrutivo sobre nós, e nosso entorno. 

Ela nasce dentro da mente e do coração em razão das perdas materiais, emocionais a que estamos submetidos e potencializada pela tempestade tríplice que nos cerca. 

Mesmo diante de tanta incerteza, trago à memória dos irmãos, o texto paulino no qual Paulo deposita em meio à tempestade toda a confiança e esperança somente em Deus na história relatada no texto bíblico. Atos 27: 1-44.


1. Quando a tempestade chega PÕE FIM AOS PROJETOS HUMANOS

Os passageiros da embarcação relatada por Paulo ficaram 14 dias na tempestade e o percurso da viagem foi alterado. Como eles nossa agenda foi também totalmente alterada em rotinas incansáveis de adaptação a nova realidade.

Nossos projetos foram adiados ou cancelados (chegada ao destino adiada); 

Nossos sonhos foram desfeitos (pensavam em lucros, e tiveram prejuízo total); 

Nossos ganhos e bens se perdem (prejuízos matérias e emocionais enormes); 

Nossa segurança fica fragilizada, perigo de vida o tempo todo; 

Nossa saúde é atacada de forma vil, internações e sequelas físicas da doença; 

Nossa vida corre risco o tempo todo (perdemos amigos, pessoas amadas, em quantidade de mortes superior à das guerras recentes); 

Nossa autoconfiança e conhecimento falharam (eram marinheiros experientes, mas falharam. ninguém chegou perto de acertar com esta pandemia, nem nas melhores e maiores nações do Mundo, foram pegos de surpresa; 

Nossos costumes foram radicalmente alterados: álcool gel, distanciamento, isolamento e máscara; não podemos ver nossos parentes e amigos nos hospitais, nem podemos tão pouco enterrar alguns como desejaríamos; 

Nossos cultos e comemorações deixaram o lugar do tempo físico e foram para as mídias sociais e aplicativos de encontro virtuais; 

Tivemos que nos reinventar e sermos mais criativos para preparar os cultos virtuais de domingo. 

Nunca se ouviu tantas mensagens poderosas nas mídias sociais pelos servos de Deus. 

Devido à falta de cultura digital, muitos ficaram alheios aos trabalhos eclesiásticos, inclusive líderes religiosos. 

Terão que aprender rápidos ou ficaram esquecidos para sempre. 

Nossas expectativas de melhora desapareceram. Mas, Segundo I Coríntios 2.9: Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.


2. Quando a tempestade chega PORQUE IGNORAMOS OS SINAIS

Já estavam navegando com muita dificuldade perto de Creta; 

Não prosseguiram mais adiante devido ao vento contrário; 

Costearam a ilha de Creta com muita dificuldade; 

Chegaram a um lugar chamado de Bons Portos (falsa esperança); 

A navegação começou a ficar muito arriscada; 

Paulo os adverte de que a navegação vai ser muito trabalhosa, com dano para a carga e para a própria vida dos passageiros; 

Mas o centurião deu mais credito ao piloto e ao mestre do navio do que a Paulo; 

Quantas vezes sofremos a tempestade por culpa dos outros, e às vezes, por nossa própria culpa, mas não devemos nos desesperar. 

Ora, nós não atentamos para o que acontecia no Mundo lá fora, e infelizmente estamos sofrendo as consequências (15) 

3. Quando a tempestade chega DESFAZ TODA A ESPERANÇA DE VIDA: 

Desfaz o nossa zona de conforto e segurança, lançando-nos no caos da tempestade; 

Desfaz a esperança de ganho material. (18-19); 

Desfaz a nossa frágil segurança em alguma coisa; 

Desfaz a nossa expertise em qualquer conhecimento; 

Desfaz nossos paradigmas estabelecidos; 

Desfaz as pequenas coisas que nos incomodam: nossas opiniões de nada valem na tempestade, nosso orgulho somente atrapalha (11-12); 

Desfaz a esperança de viver, e chega o medo da morte iminente. 


4. Quando a tempestade chega, DESCOBRIMOS... 

Que a nossa expertise de nada adianta para resolver o grande problema; 

Chegamos à conclusão, tarde demais, que erramos, e não tem como voltar atrás, somente nos restando administrar os prejuízos e consequências; 

Que os bons conselhos não vêm somente dos especialistas na área técnica, o homem de Deus não pode se omitir, nem se julgar livre do perigo que atinge a todos; 

Que todos os nossos planos foram de água abaixo literalmente. 


5. Quando a tempestade chega, SOMENTE NOS RESTA CONFIAR EM DEUS 

Não havendo solução a vista, resta-nos entregar a Deus a nossa vida e nossos projetos futuros; 

Reconhecer que cometemos erros crassos e inconfessáveis; 

Confiar em Deus pela fé e não pelos fatos que acontecem no nosso dia a dia; 

Descobrimos que Deus continua interessado em nós mesmo depois de termos cometido erros (23-24); 

Mas, os nossos recursos não devem ser esquecidos (27-28-29); 

Não adianta entrar em desespero, pode ser fatal (31), o homem de Deus deve ser proativo; 

Mesmo em meio ao perigo, precisamos cuidar de nós e dos outros (33); 

É preciso dar graças a Deus em meio ao naufrágio de nossas vidas (35); 

É necessário restaurar a autoestima e a confiança (36); 

Para sobreviver, às vezes, é preciso quebrar paradigmas (42-43). 

Todos se salvaram pela instrumentalidade do homem de Deus (44), o homem de Deus não pode se isolar neste tempo de tempestades, o rebanho precisa de sua presença virtual, e física quando necessário, mas não deve ser ingênuo para esquecer as medidas de segurança pessoal e familiar. 


Conclusão:

A vista de tudo isto, qual deve ser então a nossa atitude mais promissora, senão lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, e confiança de que Ele nos livrará na tempestade e dela também. 

Trago à memória dos amados, o que diz o profeta– Habacuque 2:4, O justo viverá da fé, neste tempo, precisamos muito viver pela fé em Deus em que pese às perdas, as dores, a total falta de boas perspectivas, continuemos a confiar em Deus, pois ele está no controle de todas as coisas, está cuidando de cada um de nós. 

TENHAM FÉ IRMÃOS... 

Pr. Marcos A. Nascimento

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