sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A aflição da enfermidade

Texto bíblico: As aflições do justo são muitas, mas o Senhor o livra de todas elas. Salmo 34:19 

Há muitas aflições que passamos em nossas vidas, porém a aflição da enfermidade é uma das mais doídas. Ficamos como que suspensos no espaço e tempo. Tudo pára. O trabalho que era importante para fazer não é mais importante, aquela viagem que era essencial fica em segundo plano, a nossa presença naquele projeto que considerávamos mega importante fica para depois e assim por diante. 

É aí que começamos a repensar as nossas vidas e ver o que realmente tem valor: a família, os amigos, mas principalmente Deus em primeiro lugar. Os planos Dele se tornam mais importantes que os nossos, os nossos megaprojetos saem e a aceitação suave e gostosa do projeto Dele entra em nossas vidas e nos torna mais felizes. Às vezes, a enfermidade dura alguns dias, algumas duram anos ou nunca passem até partirmos para a Glória. Pois, esse é o fim de todo o homem aqui na terra: a morte. Mas, para aqueles que aceitaram Jesus como único e eterno Salvador a morte física não é o fim, mas o início de uma vida eterna com Deus. 

Porém, uma coisa é certa: a enfermidade deve ser uma porta de oportunidade para ficarmos mais pertinho de Deus, porque Ele nos livra de todas as aflições. Muitas vezes a aflição do corpo continua, mas a aflição da alma é aquietada com o socorro do Senhor. Mas também, cremos, diante de sua soberana vontade que o nosso Deus é um Deus de cura e declaramos a cura do Senhor sobre todas as áreas de nossas vidas. Como diz a letra da  música "Cura" da cantora Cassiane:

"A cura logo vem
Não há como impedir
Os rios do Espírito
Estão passando por aqui
A nuvem da unção
Repousa sobre nós
É hoje o dia de romper
Não há como impedir"


Que seja feita a vontade do Senhor!

Rosangela Maria Nascimento
Bacharel em Teologia

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A aflição precede a prosperidade!

Texto bíblico: E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição. Gênesis 41.52

Parece estranho na nossa cultura e costume alguém achar prosperidade justamente em meio às suas maiores dores e desenganos. Mas, Deus possui uma maneira estranha de treinamento. Parece que caminhamos o tempo todo no escuro sem ouvir a Deus, sem entender a sua estratégia de ação. 

Quantas vezes achamos que a vida não tem sentido, e que as coisas nunca vão dar certo conosco. Olhamos para os outros e vemos sucesso, glamour, vitórias, mas nós continuamos no limbo. Em que pese a nossa fidelidade a Deus, o nosso desejo ardente de santidade, e uma vontade grande de fazer a sua vontade, continuamos a sendo incompreendidos, não reconhecidos, nossos pedidos não atendidos. 

Creio firmemente que a maior aflição do ser humano é não conhecer o quanto Deus pretende fazer dele: uma grande bênção! Trago à memória o ensinamento de Jesus quando falou: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16:33.

A grande preocupação divina não é atender os nossos pedidos, realizar os nossos sonhos, mas trabalhar para que nós alcancemos “à estatura de Jesus Cristo”, conforme nos ensina o Apóstolo Paulo: "Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo," Efésios 4:13. 

José parecia caminhar de uma aflição para a outra justamente porque obedecia a seus pais e tinha o temor de Deus em seu coração. José não sabia, mas Deus o tinha matriculado em sua escola divina. O seu coração e a sua mente estavam recebendo o cuidado divino o tempo todo. 

Não pensem que José foi mais privilegiado do que cada um nós. Deus também nos matriculou em sua escola. Deus está trabalhando em nossa vida o tempo todo, Ele cuida de cada um de nós para que cheguemos à estatura de Cristo. 

José reconheceu que as aflições o fizeram prosperar e se tornar uma grande bênção para a sua família e para a sua nação. Deus pode através de sua aflição fazê-lo prosperar. Você pode e será uma grande bênção se guardar a sua fé como José o fez. Sei, por experiência própria, o quanto é difícil, fazer os deveres divinos, e passar em suas provas, mas o diploma. Ah! O diploma será pura bênção! Não desanime irmão, vamos à luta! 

Pr. Marcos A. Nascimento
marcosantonion@globo.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O toque divino

Texto bíblico: Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia. (Gn 32:24 )

Há momentos em que Deus nos separa para ficarmos a sós com Ele. Ninguém pode estar conosco, nem as pessoas que mais amamos ou confiamos. Sentimos uma necessidade muito forte de conversarmos com o Senhor, de nos revelarmos a Ele, como não fazemos com mais ninguém. 

A história de Jacó nos leva a refletir sobre esse momento. Ele saiu da casa de seu pai fugindo da fúria de seu irmão Esaú. Foi para Padã-Arã, onde morava o irmão de sua mãe Rebeca, que se chamava Labão. O motivo da fuga foi a sua atitude de enganar para roubar a bênção de seu irmão. 

No caminho para Padã-Arã Deus se manifestou a Jacó em sonho e disse-lhe: “Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn 28.13-15). 

Ao acordar, Jacó fez um pacto com Deus, prometendo que se Ele o abençoasse em sua jornada, daria dez por cento de tudo que ganhasse para o Senhor. Apesar de viver na casa de seu tio Labão por 20 anos, sendo enganado por ele em muitas circunstâncias, a mão poderosa de Deus foi sobre Jacó e o abençoava de tal forma que nem mesmo os seus parentes entendiam. Quando Deus nos dá a sua Palavra sobre qualquer situação a respeito de nossas vidas, Ele vela para cumpri-la. Deus foi fiel a Jacó, acrescentando-lhe muitos bens materiais e uma numerosa família. 

Todavia, havia algo no caráter de Jacó que precisava ser transformado e somente Deus poderia fazê-lo. Há coisas em nossas vidas que precisam ser mudadas, mas somente com o toque do Espírito Santo. A libertação necessária para que o Senhor possa nos usar na sua causa da forma que tanto deseja é obra do Espírito Santo. 

Às vezes, nos encontramos fazendo coisas que o Espírito Santo já ministrou em nossos corações para não fazermos, mas caímos no mesmo erro. A nossa vontade fica adoecida, pois não acreditamos mais que podemos vencer. Porque falhamos tantas vezes, acabamos perdendo a autoestima e confiança em nós mesmos. Até a nossa fé fica enfraquecida. São debilidades que pela nossa própria força não conseguimos mudar. Mas o pecado precisa ser abandonado, as falhas de caráter precisam ser corrigidas, o “eu” precisa ser renunciado. É nesse momento que entra a ação do Espírito Santo e Ele nos faz lembrar que em Cristo Jesus vencemos todas as tentações, pois tudo Ele venceu por nós. Jesus foi tentado em todas as coisas, por isso podemos pedir socorro a Ele, pois o Senhor conhece a nossa estrutura. Está escrito: “Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18). 

Na vida de Jacó encontramos o segredo para mudar o que achamos impossível de ser transformado em nós: o toque divino. Somente um toque do Senhor pode transformar toda a nossa história. Assim se deu na vida de Jacó. Num determinado momento da sua vida, Deus mandou que Ele retornasse para Canaã. Mas ficou com medo de reencontrar o seu irmão Esaú, que anos atrás desejou matá-lo. Todavia, foi no vau de Jaboque, a sós com Deus, que Jacó experimentou o toque curador do Senhor. Ele fez passar o ribeiro a sua família, seus servos e tudo quanto tinha e ficou para trás, sozinho. 

Jacó percebeu que o Sumo Bem não são os bens materiais ou até mesmo a família, mas, sim, a presença e ação de Deus na vida. 

Jacó precisava do Senhor para alcançar o perdão de seu irmão, mas, acima de tudo, precisava ser transformado por Deus em sua essência. Jacó precisava eliminar da sua vida as fraquezas do seu caráter. Depois de 20 anos sofrendo nas mãos de seu tio Labão, chegou o momento de Deus operar uma mudança interior na vida de Jacó. Passou pelo deserto da vida, longe de seus pais, de seu irmão e de seu clã. Pagou um alto preço pelo engano. Mas aquele momento a sós seria diferente, especial, marcante. 

A Palavra do Senhor diz que anjos o esperavam (Gn 32.1). Deus já havia de antemão preparado aquele lugar para um encontro particular com Jacó. Foi o próprio Deus que o chamou para palestrar com Ele. E a noite foi intensa, dura, pois Jacó resistia em ceder para Deus. Até que disse ao Anjo do Senhor: “(...) Não te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32.26). Naquela madrugada Jacó recebeu o toque divino. Depois daquela noite, Jacó e Esaú se reencontraram e havia perdão nos seus corações. Deus mudou o nome de Jacó, que significa enganador, suplantador, para Israel, que significa campeão com Deus (Shedd, 1997). Jacó morreu naquela madrugada para que logo de manhã Israel pudesse nascer. E nunca mais ele foi o mesmo. 

Não podemos vencer sozinhas as fraquezas da nossa vida. Precisamos do Senhor, do toque divino em nosso interior. 

Somos falhas, mas o Espírito de Deus está pronto a nos ajudar e a operar mudanças em nós. Com Ele vencemos o pecado, as fraquezas e as situações impossíveis da vida. Creia no poder de Deus. A sua Palavra diz: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Não são meras palavras; são palavras do Deus Altíssimo, revelando a você o segredo da vitória. 

Ceda para Deus e sinta o milagre do toque divino em sua vida. 

Rosangela Maria Nascimento
Bacharel em Teologia

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Aquietai-vos

Texto bíblico: Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. Salmos 46:10 

Já faz alguns anos, ainda era jovem, ouvi a mensagem pregada pelo homem de Deus, Pr. Rodney Wolfard, no Congresso da Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro na cidade de Petrópolis sobre o tema citado acima. 

Éramos todos jovens cheios de energia, idéias e agressividade. Todos procurando o melhor para a sua região de atuação. 

O homem de Deus com voz mansa abriu a Bíblia naquele salmo e falou à mocidade que estava alvoroçada: AQUIETAI-VOS... Falou algumas vezes, até que todos nós fizemos imenso silêncio! 

Aquela mensagem de Deus jamais saiu da minha mente e do meu coração. Ela sempre me vem à mente quando enfrento momentos de extrema dificuldade, de dúvidas, de imensas lutas dentro do meu coração: AQUIETAI-VOS... 

Viver muitas vezes se torna uma tarefa muito enfadonha e cansativa: compromissos, trabalhos, poucas compensações, incompreensões de toda a sorte. 

Quando me volto para a própria existência terrena, na sua imensa fragilidade, ou seja, a possibilidade imediata do infortúnio, do acidente fatal, da nossa impossibilidade de ter segurança total, ter domínio sobre a nossa própria vida, daqueles que mais amamos, certamente que a ansiedade se apodera de nossa alma. 

Tudo isto faz a minha alma dar sobressaltos, traz insegurança, frustração, um sentimento quase constante de que alguma coisa nos falta e que não alcançamos o nosso desiderato. 

Então, ouço a voz do homem de Deus: AQUIETAI-VOS... 

Quando os sonhos tão sonhados não se realizam ou quando os sonhos viram um pesadelo, posso ouvir a voz de Deus: AQUIETAI-VOS... 

Ademais, ando sempre dividido entre os meus desejos carnais e as doces aspirações espirituais e eternas de viver na presença de Deus. Então me lembro do apóstolo Paulo: Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Romanos 7:24. 

Esta miserabidade e total fragilidade me perseguem todos os dias, e tenho de buscar conforto e direção na Palavra de Deus. Posso encontrar na Palavra, pessoas iguais a mim com as mesmas dificuldades e dores, as quais exprimem com clareza a sua dor, as suas dúvidas e como acharam a plena consolação de suas dores existenciais. 

Quantas coisas nos trazem insegurança, aborrecimentos, desenganos, mas somente a doce e poderosa presença de Deus pode nos restaurar de maneira eficaz e permanente. Essa fragilidade que nos cerca todo o tempo não pode por outro lado impedir que Deus esteja sempre no controle de todas as coisas, e também fazer a sua poderosa vontade em nossa vida! 

Ainda hoje, posso ouvir a voz do homem de Deus: AQUIETAI-VOS... 


Pr. Marcos A. Nascimento 


A Parábola das Batatas

O professor pediu para que os alunos levassem batatas e uma bolsa de plástico para a aula. Ele pediu para que separassem uma batata para cada pessoa de quem sentiam mágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassem dentro da bolsa. Algumas das bolsas ficaram muito pesadas. A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os lados a bolsa com batatas. Naturalmente a condição das batatas foi se deteriorando com o tempo. O incômodo de carregar a bolsa, a cada momento, mostrava-lhes o tamanho do peso espiritual diário que a mágoa ocasiona, bem como o fato de que, ao colocar a atenção na bolsa, para não esquecê-la em nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.

Esta é uma grande metáfora do preço que se paga, todos os dias, para manter a dor, a bronca e a negatividade. Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria. Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.

"Jogue fora suas "batatas".

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O grande perdão de Deus

Texto bíblico: Salmo 51

Certo dia, conversando com meu pai a respeito do Salmo 51, ele conseguiu resumir em uma frase a essência do grito da alma de Davi, o seu pecado e o perdão divino. Ele disse: “Filha, não existe um grande pecado, existe um grande perdão de Deus em nossas vidas”. Essa frase me impactou tanto que jamais a esqueci. 

Meu pai era um homem fervoroso e trabalhava intensamente na obra de Deus, mas decepcionou-se e se afastou da presença de Deus por quase toda a sua vida. Hoje ele está com 83 anos de idade e foi no último dia de 2009 que ele se reconciliou com Deus. Ele conheceu o grande perdão de Deus numa vida marcada por transgressões. Quando vejo a restauração de alguém assim, penso que o verdadeiro milagre de Deus é transformar um coração de pedra em um coração quebrantado e submisso a sua vontade. 

Esse salmo de Davi nos faz mergulhar na alma de um homem que compreendeu o grande perdão de Deus, numa época em que o pecado de adultério e assassinato era marcado por uma condenação de morte por apedrejamento diante da lei mosaica. Davi recorreu àquele que é o autor e mentor da lei: o próprio Deus. Ele não morreu, pois foi alcançado pelo perdão divino, como um prenúncio do que Cristo representaria em nossas vidas diante da lei. 

A lei mata, instaura as regras que devem e têm que ser seguidas. Mas quando são transgredidas, como no exemplo de Davi, não há perdão, segundo a lei da antiga aliança. Todavia, na nova aliança instaurada no Novo Testamento, através de Jesus, encontramos a absolvição e somos vivificados. 

O pecado satisfaz a nossa carne, um desejo que é real, “mas de forma errada e nos leva à morte espiritual”. O pecado depois de consumando provoca dores na alma, no corpo e no espírito, pois tira a nossa paz e nos afasta da comunhão com Deus. Provoca uma tristeza profunda dentro de nós, porque entristecemos o Espírito Santo. Ele tem sentimentos e se entristece quando pecamos. Por isso sentimos dores. E essas dores servem pra nos dizer que fizemos alguma coisa errada e que precisamos restaurar a nossa comunhão com Deus. 

Comunhão, segundo o dicionário Aurélio, é “partilhar os mesmos sentimentos, ideias e valores”. E nossos sentimentos, valores e ideias estão vinculados a Deus. Por isso o pecado corrompe esse relacionamento com o Senhor. Mas graças a Deus por Jesus Cristo, como nosso advogado, que nos defende diante do Pai e nos perdoa de todas as transgressões. 

Quão maravilhoso é o Espírito Santo, que intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Aquilo que não conseguimos falar, por causa da dor, Ele fala por nós. O perdão de Deus é um mistério. Ele nos absolve e nos devolve a paz. Por isso, Davi escreveu no versículo 11: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo”. Ele sabia que não há relacionamento com Deus sem o Espírito Santo. Aquele que extingue o Espírito Santo de sua vida perde o verdadeiro sentido da vida. É Ele que frutifica em nós as qualidades de Cristo: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. É o Espírito Santo quem nos torna diferentes e que nos identifica como Filhos de Deus, reconciliados com o Pai através de Jesus Cristo. 

Não importa o pecado cometido. Há perdão para quem se arrepende. Não importa quantas vezes você tenha cometido um delito, Ele perdoa. Se é algo que você não consegue largar, Ele vai ajudá-la a se libertar. O que Deus quer é que você não desista. Tenha bom ânimo, esforça-te, o Senhor está contigo. Certas pessoas são libertas de seus vícios no momento em que aceitam a Jesus como seu Salvador, mas outras passam por um processo maior de purificação. 

Às vezes, penso que quanto mais rígidos somos conosco e com os outros, mais demorado se torna o processo, para que não venhamos a julgar o próximo pelas suas falhas, e sim ajudá-los a crescer em Cristo e vencer as suas fraquezas. 

O diabo, nosso adversário, sopra em nossos ouvidos que não vamos vencer, que não haverá transformação de vida, que a derrota é certa. Mas o Senhor afirma que há uma Palavra de vitória sobre as nossas vidas. A Palavra de Deus diz que como Jesus venceu nós venceremos. “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Romanos 8.37). 

Haverá um momento em que o desejo que desagrada a Deus será mortificado totalmente pelo amor e desejo de obedecer ao Senhor e agradá-lo em tudo. 

Vivemos pela graça de Deus. Respiramos por causa da graça de Deus. Não somos consumidos por causa da misericórdia de Deus. Estamos de pé porque Ele nos levantou. Continuamos de pé porque Ele é quem nos sustenta. Estamos vivos porque Ele é quem nos dá o fôlego de vida. Amamo-nos uns aos outros porque o seu Espírito frutifica esse amor em nós. Amamos ao Senhor, porque ele nos amou primeiro. 

Não se afunde num mar de remorsos, antes mergulhe nos rios de água viva do perdão do Senhor. “Portanto, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12.1). Levante-se e cumpra a missão para a qual Deus te comissionou. E nunca esqueça: “Filha do Deus vivo, não existe um grande pecado, existe um grande perdão de Deus em nossas vidas”. 


Rosangela Maria Nascimento
Bacharel em Teologia

domingo, 15 de janeiro de 2012

Testemunho: uma história de perdão


Certo dia, meu pai chegou embriagado em casa e o que vi não foi nada agradável. Meu pai e uma das minhas irmãs discutiram. Então, ele pegou um cinto e bateu bastante nela. Ao presenciar a cena, acendeu uma ira incontrolável no meu coração e entrei na briga. Talvez fosse mais uma entre tantas, se no meio daquele ardor não tivesse mandado meu pai para o inferno. Gritei bem alto para ele: “Quero, que o senhor vá para o inferno”. Naquela época, eu tinha apenas sete anos e não tive noção do quanto isso iria alterar o meu relacionamento com meu pai. Toda noite antes de dormir eu lhe pedia a bênção. Como de costume, naquele dia não foi diferente. Porém, papai não respondeu. Nunca mais lhe pedi a bênção e, desde então, ele deixou de me abençoar. Creio, até hoje, que um pai e uma mãe devem sempre procurar abençoar seus filhos não só com palavras, e também, com atitudes. 

Os anos se passaram e conheci a Jesus Cristo mais profundamente e tive uma experiência real com o Senhor. De acordo com a Bíblia, devemos pedir perdão a quem ferimos. Pedi a meu pai perdão, não uma, mas várias vezes. Entretanto, a cada problema ou pequena discussão que havia entre nós, ele sempre se lembrava do dia que eu o mandei ir para o inferno. Doía na minha alma o fato de ele ainda não ter me perdoado. Foi um processo longo e doloroso que passei, mas Deus me deu vitória. 

Um dia convidei meu pai para ir a uma igreja comigo. Naquela época, congregava na Assembléia de Deus – Ministério Deus é Fiel, em Nova Iguaçu. O Pr. Jesonias, usado pelo Senhor, me concedeu uma oportunidade para falar da palavra de Deus. Então, o Espírito Santo ministrou ao meu coração que eu deveria pedir perdão a meu pai naquela oportunidade. Contei a história à igreja e depois me dirigi a meu pai e disse diante de todos. “Pai, eu te amo, eu quero que o senhor vá para o céu um dia e quero me encontrar com o senhor lá”. Disse umas três vezes: “Pai eu quero que o senhor vá para o céu comigo!” Quando desci, dei um forte abraço nele e disse mais uma vez que o amava. Naquela noite, meu pai voltou a me abençoar. Foi um dos dias mais felizes de minha vida. Em 1972, quando brigamos, eu estava com sete anos de idade, e quando houve o perdão genuíno, em 2004, eu já tinha 38 anos de idade. Passaram-se 31 anos para que o meu pai me perdoasse. 

Em 31 de dezembro de 2010, conversei com meu pai sobre o amor de Jesus e o seu perdão e ele se reconciliou com o Senhor, pois estava afastado de caminho do Senhor. Naquela tarde tão especial, oramos para que o Senhor acendesse o nome dele no Livro da Vida, do qual creio eu jamais saiu. 

Numa de nossas tantas conversas ele me falou uma frase, que para mim é pérola divina. Ele disse: “Filha, não existe um grande pecado, existe um grande perdão de Deus em nossas vidas”. Prometi-lhe, que um dia escreveria um artigo sobre isso para que não se perdesse, pois foi uma revelação divina. E esse artigo foi publicado pela Revista Desafio Missionário da União Feminina Missionária Batista do Brasil. 

Antes de terminar, quero escrever para você que está lendo esse artigo e conhecendo um pouco da minha história: Quero dizer que Deus me deu a oportunidade de me reconciliar com meu pai, enquanto ele estava vivo. Deus sabe o que cada um de nós é capaz de suportar. Mas, creia numa coisa, mesmo que você tenha ferido alguém ou tenha sido ferido e não teve a chance que eu tive, saiba que o nosso Deus através de Jesus Cristo nos perdoa de todos os pecados. Em I João 1:9 diz: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. E em I João 3:20 diz: ...que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Há um perdão divino que alcança todas as situações não resolvidas e nos purifica, nos limpa e nos traz vida e vida em abundância. A graça de Deus, ou seja, seu favor imerecido nos alcança de uma forma que transforma todo e qualquer sentimento mal resolvido ou sem solução aos olhos humanos. Perdoar é “deixar ir”... Deixe ir todo e qualquer sentimento de amargura e deixe o perdão de Deus inundar o seu coração e você poderá ver a transformação que Ele irá fazer em sua vida. Jesus Cristo nos perdoa de todos os pecados. TODOS. Jesus é o nosso mediador e através Dele temos o nosso passaporte para o céu e nos tornamos filhos de Deus, co-herdeiros em Cristo Jesus. Que essa mensagem nascida de uma conversa entre um pai e uma filha que alcançaram o perdão de Deus venha alcançar a sua vida também. Nas próximas páginas descrevo na íntegra o artigo conforme foi publicado na Revista Desafio Missionário na época. 

Antes de falecer, em 25 de junho de 2011, meu pai foi recebido como membro da Igreja Assembléia de Deus do Carmary. Hoje, ele está na Assembléia dos santos, remidos e lavados pelo sangue precioso de Jesus para honra e glória de Deus Pai. 

Que Deus vos abençoe. No amor de Cristo, 

Rosangela Maria Nascimento
Bacharel em Teologia